19/01/2016
Às vezes, damos preferência a um certo prato ou bebida e nem nos perguntamos qual é a sua origem, como ele foi descoberto ou quem foi a primeira pessoa a produzi-lo. A cachaça, por exemplo, é a queridinha dos mineiros. Ela é muito pedida nos bares, mas apostamos que muita gente ainda não sabe como ela surgiu e como foi desenvolvida.
É um apreciador da boa e velha cachaça e tem curiosidade acerca dessa aguardente? Acompanhe um pouco da história da famosa pinga!
A cachaça é de origem muito antiga. Ela surgiu nos tempos da escravidão, quando o plantio da cana-de-açúcar e a comercialização do açúcar sustentavam o Brasil colônia.
Nessa época, dava-se o nome de “cagaça” à bebida derivada da mistura do caldo de cana fermentado com água, com a espuma e o melaço provenientes da produção de açúcar, a qual era consumida pelos escravos. Mais tarde, a cachaça popularizou-se e passou a ser moeda de troca para a compra de escravos. Alguns engenhos até passaram a dividir a sua produção entre essa nova bebida e o açúcar.
A descoberta do ouro em Minas Gerais também foi um fator importante para a sua disseminação. Povos de vários lugares migraram para Minas e construíram suas casas em um lugar muito frio, na Serra do Espinhaço. Então, a cachaça passou a ser ingerida para amenizar as baixas temperaturas.
Por muito tempo, a cachaça foi considerada uma bebida destinada às pessoas de baixa renda. Por ser consumida clandestinamente, era associada a um produto de má qualidade.
Porém, com o tempo, ela foi aprimorada e virou moeda de troca, passando a ter importância econômica, o que atraía clientes. Consequentemente, o vinho português, bebida que tinha maior prestígio na época, perdeu o seu lugar para a cachaça, a qual se tornou símbolo de resistência ao domínio português. Revoltada, a corte portuguesa proibiu a sua fabricação e o seu consumo, mas, por essa decisão ter aumentado o boicote ao vinho português e o nacionalismo brasileiro, a corte retirou a proibição e resolveu apenas taxar a aguardente.
A imagem da cachaça apresenta um caráter social e está ligada à nossa cultura. Após a abolição da escravatura, com a implantação da economia cafeeira e a partir do início da República, a sociedade passou a reproduzir o comportamento europeu. Discriminando, assim, tudo que fosse nacional.
Por isso a cachaça perdeu a sua importância! Só a partir do século XX resgatou-se o instinto nacional brasileiro, principalmente devido à Semana de Arte Moderna, em 1922. A cachaça, então, recuperava seu valor e livrava-se do preconceito, aperfeiçoando a sua qualidade.
Hoje em dia, a cachaça é uma bebida tradicional brasileira, muito consumida sem distinção de classe. Ela representa a “cultura de botequim” e a boemia do nosso país, juntamente à famosa feijoada e ao renomado futebol brasileiro, um dos melhores do mundo!
Por fim, vale lembrar que a cachaça mineira é considerada a melhor do Brasil. Algumas marcas que valem a pena serem conhecidas: a Vale Verde, a Canarinha, a Havana, a GRM e a Claudionor.
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